MONT SAINT MICHEL - UM PASSEIO PELA NORMANDIA E BRETANHA

Finalmente consegui chegar ao meu destino dos sonhos (um deles, já que são muitos! rs). Minha ida a França desta vez foi para aprofundar meus estudos em Fisioterapia no norte do país (depois conto aqui sobre Arras e arredores). Como cheguei uns dias antes, um dos lugares prioritários era o Mont Saint Michel. Daí juntei Giverny, Rouen e Cancale no percurso desde Paris. 

Para ver o Monte virar ilha, chequei a tábua das marés antes da viagem para programar meu roteiro. Como a última maré cheia era às 23h, teria que pernoitar lá.

Tive um pouco de dificuldades em encontrar informações sobre ficar dentro ou fora do Monte, se ficasse fora, como seria o acesso caso eu tivesse optado por ir de trem, etc. Compartilho abaixo as informações que acho importantes para seu planejamento.

COMO CHEGAR DESDE PARIS

DE TREM:

O trem sai da Gare Montparnasse até Rennes ou Dol de Bretagne e de lá segue o ônibus até o Monte. O tempo total de ambos, contando com os intervalos de conexão, é de 3h 40min.

A passagem é vendida pelo site sncf. Você já compra as passagens trem + ônibus integradas. Para isso, basta colocar a origem Paris e o destino Mont Saint Michel. As opções Rennes e Dol de Bretagne aparecem de acordo com cada horário disponível.

Indo por Rennes: 2h10 de Trem + 1h10  de ônibus

Indo por Dol de Bretagne: 3h de Trem + 30 minutos de ônibus. 

Atenção: Cuidado para não marcar a idade "menos de 26 anos" ou "mais de 60 anos" e comprar as tarifas com descontos. Esses descontos só são válidos para quem tem o passe desconto "carte jeune, carte senior, carte enfant" que custam aproximadamente 60 euros por ano.

Você pode precisar apresentar na hora, o cartão de crédito usado na compra.

Aqui tem mais informações sobre a compra da passagem. Não foi tão simples quanto nas outras viagens. Neste post, explico com mais detalhes.

Aqui tem os horários dos ônibus que fazem conexão com o TGV.

DE CARRO:

Alugue um carro saindo de Paris ou saindo do Aeroporto.

Fiz o aluguel pelo site Happy Tours (tranquilo, tudo certo, pagamento na entrega do carro). 

Precisa ter a Permissão Internacional para Dirigir - PID . É exigido por algumas empresas e importante no caso de alguma Blitz. Desta vez foi obrigatória a apresentação da PID.

Saindo de Paris são 360km em 4h pela Normandia até o Mont Saint Michel. Meu trajeto foi saindo do Aeroporto Charles de Gaulle, parando em Giverny e Rouen. Total de 415km em 6h, sem contar com as pausas, mais detalhes neste post.

No dia seguinte a ideia era seguir para Saint Malo, já na Bretanha e de lá para Rennes, onde devolvi o carro. Optei por voltar de trem para Paris. Mas como o tempo estava curto, desisti de St Malo e fui até Cancale e de lá para Rennes.

Para simular seu itinerário com distância, custo com combustível e pedágios, sugiro este site. Neste post tem meu roteiro com a distância e gastos com pedágios e combustível.

DE EXCURSÃO:

De Paris saem excursões bate-volta para o Monte. Mas recomendo uma das opções acima para pernoitar e aproveitar o anoitecer. 

Caso tenha preferência, como eu, por assistir a subida da maré e ver o Monte se transformar em ilha, acompanhe a tábua das marés por aqui.

ONDE FICAR:

Acho que tanto dentro quanto fora do Monte tem suas vantagens. Escolhi ficar fora e acho que foi a melhor opção. Pesquise hotéis por aqui!

Seguem as vantagens e desvantagens de cada um.

Fora do Monte:

Vantagens:

•  ver a maré subir de longe, transformando-o em ilha é sensacional (não que vc não possa sair para assistir a este espetáculo se ficar hospedado dentro do Monte);
• as acomodações são mais baratas;
• mais opções de hospedagens;
• estacionamento gratuito em alguns hotéis e pousadas;
• poder ir de bicicleta alugada até lá.

Desvantagens:

• dependendo da localização do seu hotel, você vai depender de transporte até a praça das Navettes;
• perder tempo aguardando o transporte público.
• pagar estacionamento, caso seu hotel não ofereça esta opção (custa em torno de 12 euros o período de 24h)

Dentro do Monte:

Vantagens:

• estar lá, sentindo e curtindo a atmosfera local e cada cantinho com calma

Desvantagens:

• não dá para subir o monte de carro; 
• você vai ter que subir com sua mala ladeiras e escadas acima;
• hotéis mais caros.

Minha escolha de hospedagem foi bem econômica. Escolhi pelo custo-benefício o Chambres Les Salles pelo Booking. A pousada é mais distante. Recomendo mais para quem estiver de carro. Para os mais corajosos, que estiverem sem carro, o ponto do ônibus público que leva até a praça das Navettes fica a 1 km, ou pode-se alugar bicicletas na própria pousada (deve ser uma delícia fazer o percurso assim!)

Os quartos são simples, com bom espaço, limpo, banheiro com chuveiro quente, wi-fi. O dono é simpático e atencioso. Optei pelo café da manhã pago à parte, farto e gostoso. Tem estacionamento gratuito. 

Perrengue (que deu certo!): Cheguei para o check-in depois das 23h sem avisar, porque fui direto assistir ao pôr-do-sol no Monte... fiquei contemplando a paisagem... até me dar conta da hora! Desespero. Achei que fosse ter que dormir no carro. kkkk Mas deu tudo certo! 

Esse mapa ajuda a entender melhor as direções.

Agora, mais um pouco da minha viagem:

O lugar é MÁGICO!!!

Chegamos (minha mãe e eu) perto da hora do pôr-do-sol. Corremos para a barragem do rio Couesnon para contemplar a beleza daquele cenário de longe.

Pegamos a Navette, ônibus de graça que leva do estacionamento ou do centro de informações turísticas até os pés do monte. O serviço da Navette funciona de 07h30 às 01h00.

Além da opção da Navette para acessar o Mont Saint Michel, tem excursões com guia passando pela areia na maré baixa. Dizem que é cansativo pois há trechos com areia muito fofa, tipo movediça. Por isso não recomendam se aventurar sem guia.

Ficamos contemplando tudo ao redor, a centenária construção, a maré subindo lentamente e o sol se despedindo num céu limpíssimo. E fotos, incontáveis fotos!!

Decidimos deixar para subir e explorá-lo no dia seguinte.

No dia seguinte o tempo foi fechando e veio a chuva. Capa de chuva comprada, problema resolvido. 

O Monte é uma graça, cheio de lojinhas e restaurantes, aí a gente sobe, sobe até chegar na entrada da Abadia. A entrada custa 9 euros e o aluguel do áudio guia 4,50 euros.

Fiz a visita com o áudio guia e achei que valeu cada explicação. A abadia construída em 708 em homenagem ao arcanjo São Miguel, resistiu à guerra dos Cem Anos. Em 1979 virou Patrimônio mundial da UNESCO. 

Vista do alto da Abadia com a maré cheia

 

Restaurante

Um dos pratos tradicionais da região é a omelete. 

Aqui vai minha opinião sobre famoso La Mère Poulard. 

Já na entrada você acompanha o preparo das omeletes. Muitas ao mesmo tempo num grande forno à lenha.  Ficamos acompanhando o preparo enquanto aguardávamos na fila.

 A ideia era provar o tal prato típico, mas pensamos em dividi-lo, já que a fome ainda não estava tão grande e o prato era bem caro. A omelete custava 40 euros. Isso mesmo! 40 euros por ovos batidos! Mas fui já sabendo disso. O que eu não sabia é que o prato era obrigatoriamente individual. Aí já era demais, né, pagar 80 euros pra comer ovo??? Fizemos assim: eu pedi omelete e minha mãe pediu costelinha de cordeiro com batatas, e por nossa conta, dividimos os pratos para provarmos os dois.

Minha opinião: a costelinha estava muito saborosa, apesar de eu achar a porção pequena se a gente estivesse com fome. 

Agora, a omelete, veio muito "crua", até o aspecto visual do prato não era apetitoso. Vem com uns pedaços de salmão e batatas rústicas (tem outras opções de recheio também). O sabor era bom, mas... não acho uma experiência indispensável não!

Mesmo assim, minha tão esperada viagem não me decepcionou em nada. Vi o Monte de todas as formas: de dia, à noite, com céu azul, pôr do sol, um dramático céu cinzento, chuva, maré baixa e maré alta. Não tinha como ser melhor!

Até breve!